quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Exagerada!



Pois é!

Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar? 

Hoje eu sentei para ouvir, e resolvi contar uma delas, do meu amigo Gegê, que hoje caprichou! Aliás, é um dos grandes, nessa área.

 Ele me contou daquele dia, preguiçoso, nublado, calor e umidade altíssimos, que não dava coragem de fazer nada. 
Só de ouvi-lo falar já dá preguiça. Reagindo, ele decidiu a ir à lagoa defronte o seu rancho, ao lado do Rio Paraná, pensando em pegar algum lobó, ou trairão. 
 Trairão
Poderia vir, talvez, algum jacaré-do-papo-amarelo, e ele pretendia reforçar seu estoque de proteínas.



 



Pegou a carretilha grande, com linha reforçada, afinal, em suas pescarias, os peixes sempre são muito, muito grandes, e, com a nova isca artificial que ganhara do filho, começou a arremessar e recolher devagar... 

Logo de início, bons ataques de traíra. Fisgou uma, duas, três... e assim ia.
Em um momento ele viu um peixe atacar furiosamente a isca, e esta, escapando do peixe, foi arremessada longe pelo ar, indo parar... 

 http://www.neloreunimar.com.br/
...bem no focinho do tourinho Nelore (de aproximadamente uma tonelada), genética de campeões, que o fazendeiro havia comprado por muito dinheiro.
Ocorre que a cerca estava rompida e o animal havia escapado, ninguém sabia para onde. Poderia ter sido roubado. Corria o risco de ser picado por alguma serpente, ou comer alguma erva venenosa.

Ao se sentir a pancada no focinho, o bezerrão se assustou, começou a cavar o chão, soprando bravo, mas meu amigo, que só tinha visto a isca decolar para fora da lagoa, e não imaginava o que estava fisgado, continuou recolhendo a linha com a carretilha. Quando esta esticou, o animal sentiu-se fisgado pela narina. Tentou esboçar reação, mas a dor era tão grande que resolveu vir caminhando na direção em que era puxado, afim de minorar a dor. 


Meu amigo percebeu o que acontecera, e, com todo sangue-frio de pescador mentiroso, amarrou o bicho na cerca do rancho, com a própria linha de pesca, e foi avisar o fazendeiro, que, de tão feliz, deu-lhe uma leitoa, e uma garrafa de cachaça, que o Gegê dispensou, afinal, já há alguns anos ele não bebe.

Abateu a leitoa, limpou os peixes, salgou a carne, e ficou lá, descansando de papo pro ar, no restante do tempo.


 Velho Pescador

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