Logo de madrugada, com o dia ainda escuro
Comecei minha jornada rumo ao rio, para pescar
Tão logo peguei a estrada, com o equipamento todo
O céu, quase sem nuvens, começou a clarear
Raios de sol surgiam com uma beleza sem par
Uma ou outra nuvem brilhava, a manhã anunciando
Logo, os pássaros canoros começavam a cantar
Outras aves iam surgindo no céu esvoaçando.
Nas baixadas, uma leve bruma, de longe eu percebia
Mas, ao chegar perto, interessante, ela desaparecia
O sol despontou no horizonte, vermelho ele se mostrava
Mas, à medida em que subia, a sua cor amarelava
Chegando à beira do rio, preparei o acampamento
Organizei minha tralha, tudo em um breve momento
Anzóis iscados na água, uma ceva generosa
Fiquei esperando os peixes, expectativa gostosa.
Logo, um curimbatá, de dois quilos, com certeza,
Foi fisgado, lutou muito, aproveitando a correnteza
Mas eu venci aquela luta, e o peixe logo peguei
Tirei-o da água então, e no meu covo guardei
Depois, as piaparas, começaram a beliscar
Uma ou outra eu fisgava, alguma conseguiu escapar
Piaus, piauçus, piranhas, lambaris e sagüirus
Pintados, piraputangas, dourados, cacharas e pacus
Tantos peixes diferentes, eu fisguei naquele dia
Peixes pequenos e grandes, fizeram a minha alegria
Porém, às sete horas, eu fiquei muito tristonho
Descobri que a pescaria não passara de um sonho.
Fiquei tão injuriado que briguei com minha filha
Que pegara o despertador e lhe tirara as pilhas
Agora já era tarde para sair para pescar
Então deitei-me de novo e continuei a sonhar
Velho Pescador