quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A morte, segundo alguns poetas



Dia 20/09 o poeta João Marino Delize escreveu um poema que me chamou a atenção.
Falava da morte, da preocupação por não ter um lugar adequado para morrer, para ser sepultado, lógico, trazendo a idéia de que prefere não morrer.
Original, bem escrito, me levou a escrever algo a respeito,  quando o querido poeta Jogon Santos comentou, em versos, e eu repliquei também em versos.
Agora só espero a presença da grande amiga e poetisa Vólena.
Para que você entenda, seguem os poemas, na sequência em que foram postados, com os devidos créditos e links.
Espero que você também se anime, querido leitor, e deixe um comentário.
Grande abraço
Velho Pescador





 
Não tenho onde cair morto
 João Marino Delize
                                

Muitas vezes fico me preocupando
E isto até me traz um desconforto
No dia que morrer, não sei quando
Não terei um lugar para cair morto

Do local que nasci, saí pequeninho
E não lembro de ninguém do lugar
Um distrito de nome São Martinho
Que nunca mais por lá pude passar

Na cidade em que mudei em criança
Os amigos não se encontram mais
Foi onde eu passei minha infância
E o que de melhor a vida nos traz

Como lá não conheço mais ninguém
Quem é que vai querer ir me visitar
Então quando eu partir para o além
Não quero que lá venham me enterrar

Aqui tem um cemitério para nobres
E neste não quero aí me perpetuar
Pois não fica bem para quem é pobre
Ficar perto de ricos pra atrapalhar

Ao ler este poema não leve a sério
Pois é uma desculpa para não morrer
É que tenho muito medo de cemitério
E ainda por muitos anos quero viver

jmd/Maringá 20.09.14
 


O Jogon respondeu:

Não tenho onde cair morto

Então, meu amigo João Marino
Não tem com o que se preocupar
Temos que ter onde cair vivo
Morto não importa em que lugar.

 


A morte


De carona com o João Marino Delize

Morrer, Marino, não creio ser tão mal,
E não me importa onde seja enterrado!
Todos chegaremos a esse final,
Os certos, os tortos, os errados

A morte, um dia vem, esta é a suma
Com o corpo, não me importa o que farão
Ponham-no em cova rasa, em um bom túmulo,
Ou mesmo, não invistam nem em caixão.

Alguém ali me visitar? Não perca tempo
Pois lá não estarei para atender
Minha alma, que dava a vida a esse corpo,
Vai se encontrar bem, seja onde Deus quiser.

Que sobrem as lembranças, alguns poemas,
A saudade, os amores, amizades.
Se houver homenagem póstuma, será uma pena
Que a façam enquanto estou vivo, de verdade






O Jogon respondeu:

É pescador, você deve estar certo
Morrer pode até não ser tão ruim
Mas enquanto estiver bem esperto
Quero a morte bem longe de mim

E de que vale deixar lembrança
Se ela também no tempo se escorre
Pois, assim como toda esperança
Ainda que por último, também morre

  


Respondi ao Jogon

Cada um morre a seu tempo,
Isso não dá para escolher
Enquanto estiver vivo, eu garanto,
Também não procuro morrrer

Tenho família, amigos,
pescarias e a poesia
Enquanto não for "promovido"
vou ficar esperando o meu dia.


 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Muito ocupado? Cuidado!



Três Perigos a Evitar Quando Você Está Super Ocupado

Kevin DeYoung 13 de Agosto de 2014 - Vida Cristã
Por mais agitada e frustrante que a vida moderna possa ser, os maiores perigos não são as inconveniências materiais ou temporais. Uma pessoa pode fazer trabalho físico por doze horas diárias, seis dias por semana, a vida inteira e não sofrer por isso. Na verdade, ele (ou ela) poderá ser mais saudável ao fazer isso. Mas se o esforço for mental — como é o caso da maioria dos empregos e para a maioria de nós — os efeitos negativos sobre o corpo poderão ser gigantescos.7 Assim, não ignore o perigo físico de estar ocupado demais. Mas lembre apenas que as ameaças mais sérias são os perigos espirituais. Quando estamos ocupados como loucos, colocamos em risco nossa alma. O desafio não é apenas fazer desaparecer alguns maus hábitos. O desafio é impedir que as nossas vidas espirituais desvaneçam. Os perigos são sérios e crescentes. Poucos entre nós estão tão seguros quanto pensamos.
O primeiro perigo é que estar ocupado demais pode estragar nossa alegria.
Esta é a ameaça espiritual mais imediata e óbvia. Como cristãos, nossas vidas deviam ser caracterizadas pela alegria (Filipenses 4.4), com sabor de alegria (Gálatas 5.22) e cheias da plenitude da alegria (João 15.11). Ocupação em demasia ataca tudo isso. Um estudo diz que pessoas que viajam diariamente a serviço experimentam maior nível de estresse do que pilotos de aviões de bombardeio ou policiais.8 É isso que estamos enfrentando. Quando nossa vida está frenética e desvairada, somos mais propensos à ansiedade, ressentimentos, impaciência e irritabilidade.
Enquanto eu trabalhava neste livro, pude perceber em meu interior um espírito melhorado. Não por meus escritos, mas pelo tempo de folga que recebi para fazer o trabalho de escrever. Durante aquelas semanas sem as pressões de viajar, reuniões e constante preparo de sermões, descobri estar mais paciente com meus filhos, mais atento e sensível para com minha esposa, mais disposto a ouvir de Deus. É óbvio que todo mundo tem semanas e meses em que tudo que pode dar errado, e dá mesmo errado. Nesses períodos teremos de lutar com força para ter alegria no meio de muita ocupação. Mas poucos de nós lutarão agora mesmo em prol da alegria da próxima semana, enfrentando os hábitos desnecessários de ocupação atarantada que tornam a maioria das semanas em infeliz perturbação.
Há muitos anos escutei uma entrevista com Richard Swenson, médico cristão, sobre o conceito de “margem”. Não existe nada singularmente cristão sobre a ideia em si; mas existe algo muito anticristão em ignorá-la. “Margem”, diz Swenson, “é o espaço entre nosso fardo e nossos limites”. Planejar com margem significa planejar para o não planejável. Quer dizer que entendemos o que é possível a nós, criaturas finitas, e então agendamos para menos que isso!
No ano que se passou, percebi que eu não planejara nenhuma margem em minhas semanas — na verdade, tenho uma margem reversa. Olho para a próxima semana e antes de surgir qualquer interrupção ou novas oportunidades ou empecilhos, já tenho ideia de como conseguir fazer tudo. Vejo o agendamento das reuniões, os sermões que terei de preparar, os e-mails que preciso escrever, os blogs que tenho de postar, os projetos que tenho de completar, as pessoas que tenho de atender, e calculo que, se tudo der certo, ou um pouco melhor do que esperado, consigo espremer tudo na agenda. Mas, claro, não existem semanas ideais, e acabo sem nenhuma margem para absorver as surpresas. Então, eu corro, me arraso, e ocupando-me loucamente, boto a mão na massa. É só isso que consigo fazer naquele momento, porque não planejei melhor semanas atrás.
A ocupação desenfreada é como o pecado: mate-o ou ele vai matar você. Todos nós caímos num molde previsível. Começamos a nos sentir sobrepujados por um ou dois grandes projetos. Depois ficamos arrasados com o desgaste e perdemos esperança de encontrar novamente a paz e juramos que temos de mudar as coisas. Aí, duas semanas mais tarde, a vida parece mais suportável e esquecemos o que juramos até que o ciclo se repita novamente. Não percebemos que o tempo todo temos sido uns desgraçados sem alegria, retrucando sem dó e sendo pessoalmente simpáticos tanto quanto um gato arredio. Quando a ocupação vai atrás da alegria, vai contra a alegria de todo mundo.
O segundo perigo é que essa ocupação desenfreada pode roubar o coração.
O semeador jogou a semente com liberalidade. Algumas sementes caíram à beira do caminho e as aves devoraram tudo. Algumas caíram em chão rochoso e brotaram rapidamente, mas murcharam com o calor do primeiro sol ardente. Algumas sementes caíram entre os espinhos que sufocaram sua frágil vida. Nesta parábola de Jesus, há uma clara progressão (Marcos 4.1–20). Em alguns corações, a Palavra de Deus nada faz. Satanás a tira, logo que acabou de ser plantada. Em outros corações, de início a Palavra cresce, mas desvanece tão depressa quanto cresceu. As perseguições e provações colocam o possível cristão fora de ação. Mas na terceira categoria de falta de sucesso no plantio, a Palavra penetra mais fundo. A planta brota, chega quase ao ponto de produzir fruto. Parece que a terra é boa. Vida nova aparentemente está formando raízes. Tudo está a caminho para uma boa colheita. Até que surgem os espinhos.
João Calvino disse que o coração humano é “uma espessa floresta de espinhos”.10 Jesus dá nome específico a dois deles. O primeiro ele chama de “os cuidados deste mundo” (Marcos 4.19). Você sabe por que retiros, viagens missionárias, acampamentos e conferências cristãs quase sempre fazem bem para nosso crescimento espiritual? Porque para participar deles, temos de liberar nossa agenda. Você sai. Deixa de lado sua insanidade normal para um final de semana e encontra espaço para pensar, orar e adorar a Deus.
Para a maioria de nós, não é a heresia ou apostasia que fazem nossa fé sair dos eixos. São as preocupações da vida. Você tem de consertar o carro. O aquecedor de água pifa. A criançada precisa ir ao médico. Você ainda não conseguiu fazer sua declaração de imposto de renda. Sua conta no banco está sem saldo. Você se atrasou em escrever notas de agradecimento. Você prometeu à sua mãe que iria para a casa dela dar um jeito de consertar a torneira. Você está atrasado no planejamento para seu casamento. O concurso ou seu exame da OAB está chegando. Tem de mandar imediatamente mais currículos. O prazo da sua dissertação de mestrado está se esgotando. O tanque está vazio. O gramado precisa ser aparado. As cortinas da casa não estão colocadas. A lavadora de roupa está sacudindo e fazendo um barulho assustador. Esta é a vida para a maioria de nós, e está sufocando nossa vida espiritual.
Um segundo espinho está relacionado ao primeiro. Jesus diz que a obra da Palavra é engolida pelo desejo por outras coisas. As coisas em si não são o problema. O problema é tudo que fazemos para obter essas coisas, cuidar delas e conseguir cada vez mais. Não é de admirar que as pessoas mais estressadas do planeta vivam nos países mais ricos? Casas de veraneio, barcos, pacotes de férias, investimentos, imóveis, motocicletas incrementadas, carro novo, casa nova, computador de última geração, novos vídeo games, nova maquiagem, novos DVDs, novos downloads, novo — tudo isso leva tempo. Ouvimos sermões sem conta sobre os perigos do dinheiro, mas o perigo verdadeiro vem depois que você gastou seu dinheiro. Uma vez que você seja o proprietário, tem de fazer a manutenção, mantê-lo trabalhando e ficar atento para as últimas melhorias. Se as preocupações na vida não nos afundam, a manutenção consegue fazer isso!
Jesus sabe do que está falando. Por mais que oremos contra o diabo e oremos pela igreja perseguida, no pensamento de Jesus a maior ameaça ao evangelho é a mera exaustão. A situação de estar ocupado demais mata mais cristãos do que balas. Quantos sermões perdem seu poder por causa de excessivas preparações de almoços ou jantares e jogos de futebol profissionais? Quantos momentos de dor são desperdiçados porque nunca paramos tempo suficiente para aprender com eles? Quantas vezes o culto particular e familiar foi esmagado por projetos de escola ou jogos de futebol? Precisamos guardar, vigiar o coração. A semente da Palavra de Deus não cresce para frutificação sem ser podada por repouso, calma e quietude.
O terceiro perigo é que estar ocupado demais pode encobrir a podridão de nossa alma.
O compasso agitado da vida pode nos tornar física e espiritualmente doentes. Provavelmente isso não é surpresa para você. O que talvez não reconheçamos é que nossas agendas amalucadas muitas vezes são sinal de que um mal já se instalou.
Desde 2002 tenho me reunido a cada outono com alguns amigos do seminário. Nove dentre nós nos reuníamos semanalmente quando cursávamos o Gordon-Conwell, e quando nos formamos, fizemos um compromisso de nos encontrarmos uma vez ao ano. Comemos bastante, rimos muito e assistimos muito futebol. Também conversamos sobre nossas alegrias e lutas dos últimos doze meses. Com o passar dos anos temos observado temas conhecidos de cada um de nós. Talvez um esteja lutando com o descontentamento, outro com desânimo, outro com que direção tomar e outro com pressões relacionais no trabalho. Todos nós temos pecados que nos afligem e questões previsíveis. O meu pecado tem sido andar ocupado demais. Quando chega a hora de compartilhar, todo mundo já espera que vou falar o quanto tenho para fazer e que não sei o que eliminar da minha vida.
Embora possa soar nada saudável alguns homens crescidos continuarem lutando com os mesmos problemas ano após ano, o sinal saudável é que começamos a nos responsabilizar mais por essas dificuldades. Reconhecemos que se as mesmas questões atingem os mesmos homens todo ano, talvez a questão central esteja dentro de cada um de nós. O que diz a meu respeito o fato de que estou frequente e completamente dominado por esta questão? O que preciso aprender sobre mim mesmo? Quais as promessas bíblicas em que não estou crendo? Quais os mandamentos divinos que ignoro, quando deveria estar obedecendo? Que mandamentos autoimpostos eu estou obedecendo, quando deveria ignorá-los? O que está acontecendo dentro de minha alma para, durante todo ano, estar ocupado que nem louco ser a minha principal característica?
A presença de ocupação extrema em nossa vida pode estar apontando para problemas mais profundos — insidiosa tendência de agradar sobretudo às pessoas, ambição implacável, um sentimento de mal-estar, de falta de significado. “Ocupação em demasia serve como uma espécie de segurança existencial, um muro contra o vazio”, escreve Tim Kreider em seu artigo viral, “The ‘Busy’ Trap”, [A armadilha do ocupado] para o New York Times. “É óbvio que a sua vida não pode ser tola, trivial ou sem sentido se você estiver atarefado, de agenda completamente cheia, procurado para atender algo em todas as horas do dia”.O maior perigo com estar ocupado que nem louco é que podem existir perigos que você nunca teve tempo de considerar.
“Super ocupado” não significa que você seja um cristão fiel ou frutífero. Só quer dizer que você está ocupado, como todo mundo. E, como todo mundo, a sua alegria, o seu coração, a sua alma estão em perigo. Precisamos da Palavra de Deus para nos libertar. Precisamos de sabedoria bíblica para nos endireitar. O que realmente necessitamos é que o grande médico cure nossas almas exageradamente agendadas.
Se apenas pudéssemos tirar tempo para uma consulta!
Fonte: trecho do livro “Super Ocupado”, futuro lançamento da Editora Fiel.

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.
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kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu...









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