Dia 20/09 o
poeta João Marino Delize escreveu um poema que me chamou a atenção.
Falava da
morte, da preocupação por não ter um lugar adequado para morrer, para ser
sepultado, lógico, trazendo a idéia de que prefere não morrer.
Original,
bem escrito, me levou a escrever algo a respeito, quando o querido poeta Jogon Santos comentou,
em versos, e eu repliquei também em versos.
Agora só espero a presença da grande amiga e poetisa Vólena.
Para que
você entenda, seguem os poemas, na sequência em que foram postados, com os
devidos créditos e links.
Espero que
você também se anime, querido leitor, e deixe um comentário.
Grande
abraço
Velho
Pescador
Não tenho onde cair morto
João Marino Delize
Muitas vezes fico me preocupando E isto até me traz um desconforto No dia que morrer, não sei quando Não terei um lugar para cair morto Do local que nasci, saí pequeninho E não lembro de ninguém do lugar Um distrito de nome São Martinho Que nunca mais por lá pude passar Na cidade em que mudei em criança Os amigos não se encontram mais Foi onde eu passei minha infância E o que de melhor a vida nos traz Como lá não conheço mais ninguém Quem é que vai querer ir me visitar Então quando eu partir para o além Não quero que lá venham me enterrar Aqui tem um cemitério para nobres E neste não quero aí me perpetuar Pois não fica bem para quem é pobre Ficar perto de ricos pra atrapalhar Ao ler este poema não leve a sério Pois é uma desculpa para não morrer É que tenho muito medo de cemitério E ainda por muitos anos quero viver jmd/Maringá 20.09.14 |
O Jogon
respondeu:
Não tenho
onde cair morto
Então, meu
amigo João Marino
Não tem com o que se preocupar
Temos que ter onde cair vivo
Morto não importa em que lugar.
Não tem com o que se preocupar
Temos que ter onde cair vivo
Morto não importa em que lugar.
A morte
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O Jogon respondeu:
É
pescador, você deve estar certo
Morrer pode até não ser tão ruim
Mas enquanto estiver bem esperto
Quero a morte bem longe de mim
E de que vale deixar lembrança
Se ela também no tempo se escorre
Pois, assim como toda esperança
Ainda que por último, também morre
Morrer pode até não ser tão ruim
Mas enquanto estiver bem esperto
Quero a morte bem longe de mim
E de que vale deixar lembrança
Se ela também no tempo se escorre
Pois, assim como toda esperança
Ainda que por último, também morre
Respondi ao Jogon
Cada um morre a seu tempo,
Isso não dá para escolher
Enquanto estiver vivo, eu garanto,
Também não procuro morrrer
Tenho família, amigos,
pescarias e a poesia
Enquanto não for "promovido"
vou ficar esperando o meu dia.