MODALIDADE QUEDA LIVRE
Semana passada, eu passeava em São
Paulo, num dia de preguiça, revendo lugares conhecidos, analisando as
modificações ocorridas durante estes anos de ausência, e, passando em frente o
Anhembi, notei um cartaz que despertou minha atenção.
“CONCURSO
NACIONAL DE PARAQUEDISMO – MODALIDADE QUEDA LIVRE – INDIVIDUAL”
Atravessei a rua, entrei no Aeroclube, lá
no Campo de Marte, e me demorei a olhar os aviões e helicópteros, um mais
bonito que o outro.
Meu pensamento divagava. Eu já me via
sobrevoando novamente a Serra da Cantareira, com suas árvores floridas..., o
rio Tietê poluído, mas, lá de cima, tão bonito...
Já me via estolando com um Pipper, dando rasantes com
um Sêneca...
Eu sempre fui apaixonado por aviões, e tudo o que voa.
Pássaros, borboletas, pipas, balões, aviões, asas-delta, ultraleves.
Só não me interessava pelos super-heróis voadores, e
essas coisinhas.
Sempre gostei de ver paraquedas, também.
Imaginar uma pessoa saltando de um avião, a não sei
quantos mil pés de altura, caindo em queda livre por algum tempo. O vento
fazendo pressão no rosto, nos braços, em todo o corpo, como uma massagem
sensacional. Depois, o pára-quedas se abre, naquele colorido que enche os
olhos... Minutos se sucedem...
No ar, a pessoa, leve, pendurada apenas por aquelas
alças, olhando de cima tudo ao redor... Paisagens magníficas...
É lindo!
É verdade, que tem seus riscos.
Aviões podem tem panes e cair, mas o paraquedas...É muito mais perigoso!
Assusta, e com razão!
Se o pára-quedas não se abre, a pessoa cai,
dificilmente escapa com vida.
Outros, com os paraquedas abertos são carregados por
uma corrente de ar, pelo vento forte, sendo jogados sobre as torres de
transmissão de energia elétrica...
São muitos os riscos. Enormes riscos!
Jornais, rádios, tele-jornais, revistas, enfim, toda a
mídia cobre acidentes aéreos, mas os acontecidos com pára-quedistas não tem
repercussão nenhuma.
Paraquedismo é lindo, de verdade, mas, realmente,
perigoso.
Bem...
Vocês que já me conhecem, sabem como eu sou.
Decidi fazer a inscrição para o concurso, e nada vai me
fazer voltar atrás.
Sentei-me no restaurante do Aeroclube, ficha de
inscrição na mão, com letra de forma, bem redondinha, bem legível, preenchi,
paguei e entreguei.
Se você acompanhar o desenrolar pela TV, poderá ver
minha sogra saltando. Eu a inscrevi no concurso!