Escrito
por Felipe Melo | 27 Setembro 2012
É nosso direito – e, sobretudo àqueles que
abraçam a fé cristã, um dever – manifestar nosso repúdio.
Recentemente,
uma série de distúrbios seríssimos estourou no Oriente Médio e cercanias em
virtude de um filme caseiro que fazia troça de Maomé e dos muçulmanos.
Aproximadamente uma centena de pessoas foram mortas nos protestos que rasgaram
o mundo islâmico – inclusive o então embaixador dos Estados Unidos na Líbia,
Chris Stevens –, centenas de milhares de pessoas foram mobilizadas por clérigos
islâmicos para mostrar a sua revolta de modo sangrento, e os velhos discursos
contra o “Grande Satã” do Ocidente ecoaram novamente com força total.
Curiosamente, a tradução e divulgação do filme no mundo islâmico foi promovida
justamente por grupos radicais.A celeuma estava pronta. Diversas lideranças mundiais condenaram tanto o filme (bobo e de muito mau gosto) quanto sua instrumentalização pelos líderes islâmicos, o diretor do filmeco teve o nome e o endereço divulgado pelas autoridades americanas, diversas ações judiciais correram o mundo, inclusive no Brasil, para proibir seu acesso, e, como sói acontecer, a turma de plantão do pluralismo e tolerância rosnou junto com os radicais.
Agora, vejam a imagem abaixo:
Essa, senhoras e senhores, é a capa da edição de outubro da revista Placar. Para qualquer pessoa com um mínimo de senso das coisas, essa capa parece desnecessariamente apelativa. Por quê? Ela nivela duas figuras essencial e completamente diferentes: endeusa alguém à custa da secularização de Alguém que, para 1/3 do gênero humano, é Deus feito homem. Comparar Neymar a Jesus Cristo, sobretudo da forma como isso foi feito, é, no mínimo, uma maneira bastante discutível de aumentar as vendas de uma revista – o que parece ser o único desejo da editora em questão. Para muitas pessoas, e eu me incluo nessa conta, essa capa não é apenas inadequada, mas despropositadamente ofensiva.
Decerto não veremos o Papa Bento XVI ou qualquer outro líder cristão de importância mundial conclamando uma guerra santa contra a revista, nem haverá aglomerações de pessoas em passeata atirando para o alto e atacando a polícia, muito menos matando qualquer pessoa, por conta dessa capa lamentável. Mas engana-se quem pensa que devemos ficar simplesmente passivos diante de algo aparentemente sem importância: é nosso direito – e, sobretudo àqueles que abraçam a fé cristã, um dever – manifestar nosso repúdio.
Acessem a página da revista Placar em que se encontra a notícia da capa e deixem seu comentário. Divulguem para outras pessoas e peçam que façam o mesmo. Não deixem isso passar em branco. E vamos esperar para ver se nossos amigos politicamente corretos dedicarão suas excelsas atenções a esse fato.
Felipe Melo edita o blog da Juventude Conservadora da
UnB.
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