sábado, 4 de maio de 2013

O JESUS DO BETO E O JESUS DA BÍBLIA



O JESUS DO BETO E O JESUS DA BÍBLIA

Nossa cidade foi abalada pelas declarações do famoso padre Beto quando ele expôs sua posição na internet de forma aberta e inquestionável. 

Certamente não concordamos com suas opiniões e não ficamos admirados pela repercussão de seu discurso, pois como diz a Bíblia: “Nas muitas palavras não falta transgressão, mas o que controla seus lábios é sensato” (Provérbios 10:19). 
Não podemos aceitar suas posições sobre traição e amor entre pessoas do mesmo sexo, pois certamente essas ideias são contrárias aos ensinos da Bíblia. Creio firmemente que a interpretação do Beto é muito mais à luz de uma filosofia humanista do que uma hermenêutica bíblica.
O mais preocupante de tudo são os comentários, tanto do ex-padre como de algumas pessoas, principalmente sobre a pessoa de Jesus. 


Não faltaram aqueles que defenderam o Beto, afirmando que Jesus é amor e que Ele rompeu com a religião de sua época. Quando li essas falas fiquei pensando: Até que ponto as pessoas que defendem o amor, a sexualidade e Jesus à luz da interpretação do Beto de fato sabem o que significa isso à luz da Bíblia e das palavras de Senhor Jesus?

Por exemplo, Jesus era um revolucionário? A questão na verdade é outra: Será que a revolução aqui está numa perspectiva marxista, liberal e humanista ou numa perspectiva paradigmática? Olhando as palavras de Jesus e Sua vida fica evidente que Jesus não era um revolucionário nos moldes do Beto. Enquanto ele pensa num Jesus liberal, que parece estar cercado de festa, bebedeira, prostitutas e cobradores de impostos, como se isso fosse a pessoa real do Senhor, faltou ao Beto a verdadeira análise. Jesus andava com essas pessoas não porque queria se igualar a elas, mas porque veio salvar o que estava perdido: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes; eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Marcos 2:17). Essas pessoas precisavam conhecer o amor de Deus. Todavia, o amor de Deus não é cego e inconsequente, mas olha bem a nossa condição pecaminosa e nos leva ao arrependimento.


A revolução de Jesus era paradigmática, ou seja, Ele veio derrubar os paradigmas humanos, construídos à luz de uma interpretação humana – à semelhança do que Beto fez – e lançou as bases do verdadeiro paradigma do Reino. Jesus disse: “Não penseis que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5:17). Ou seja, Jesus não criticou Moisés e a Lei do Antigo Testamento. O problema não era o ensino do Antigo Testamento, mas a falta de misericórdia dos fariseus, dos escribas e dos saduceus: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Quero misericórdia, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mateus 9:13).
Mas uma interpretação literal dos ensinos de Jesus não seria falta de misericórdia? Não, porque o Jesus do Beto olha o amor como um sentimentalismo fraco e sem regras, onde tudo é permitido e aceito em nome desse sentimento. Ou como ele mesmo disse: “Quem ama, não deve satisfações a ninguém”. Oh! Beto, quem ama deve satisfações sim! Como disse Paulo, o amor “não se porta com indecência, não busca os próprios interesses... não se alegra com a injustiça, mas congratula-se com a verdade” (1Coríntios 13:5,6). 

Se essas ações não revelam uma preocupação com o outro, então não sei o que é amor. 
Quem ama preocupa-se mais com o outro do que consigo mesmo.

O mais interessante é que o Jesus da Bíblia amava as pessoas, mas sempre as chamou ao arrependimento e a mudança de vida. Por exemplo, ao coxo que vivia no tanque de Betesda Ele disse: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te aconteça coisa pior” (João 5:14). À mulher acusada de adultério, e usada como uma isca para pegar Jesus numa falha, Ele disse: “Nem eu te condeno. Vai e não peques mais” (João 8:11). Fica evidente aqui que Jesus sabia que ela era culpada, mas viu nela maior arrependimento do que daqueles homens que a acusavam. Mas isso não anulou Sua ordem de mudar de vida. A mensagem inicial de Jesus se pautava no arrependimento: “Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou” (Mateus 4:17). Na Bíblia o arrependimento significa sofrer uma mudança de mentalidade. Essa mudança não é uma simples mudança de opinião pontual, mas uma mudança completa na direção de nossas vidas. Implica numa mudança radical do pecado a Cristo. Portanto, fica vidente nas páginas do Novo Testamento que Jesus nunca aceitou o pecador nem o pecado, mas aquele que, arrependido, suplicava Seu favor.


O Jesus do Beto acha que basta ser sincero ao dizer que está amando outra pessoa; o Jesus da Bíblia diz que basta olhar com outra intenção que você já pecou no coração (Mateus 5:28). 

O Jesus do Beto não vê diferenciação entre homem e mulher, pois o que importa é apenas amar; o Jesus da Bíblia nunca falou de amor entre pessoas do mesmo sexo, Seu conceito de amor era centrado no respeito e não numa sexualidade hedonista. 
O Jesus da Bíblia tinha em mente o casamento entre um homem e uma mulher (Mateus 19:1-11). 

O Jesus do Beto é apenas uma figura patética e vazia, um humanista sem graça e que conduz a uma revolução que vai do nada para lugar algum.
O Jesus da Bíblia é o Deus encarnado (João 1:14), que veio com um único propósito: mostrar a glória do Pai (João 17:4). Ele veio para salvar o perdido e trazer a esperança de que a vida com Deus implica numa mudança radical (Mateus 4:18-22).

O Jesus do Beto é um revolucionário como Che Guevara, humano e nada mais que isso.
 O Jesus da Bíblia traz uma revolução no coração humano, mudando o coração de pedra em um coração de carne, trazendo vida à nossa morte, luz em nossas trevas, graça que supera o pecado.

Que pena que Beto não conseguiu ver Jesus além de uma filosofia humanista. Esse Jesus vai morrer com suas ideias. 


Mas o Jesus da Bíblia está vivo, transforma mentes e corações, abrindo-nos para a verdade, de que somos pecadores e carecemos da graça de Deus (Romanos 3:23). 

Esse Jesus que nos leva ao arrependimento e nos apresenta ao Pai para sermos filhos adotados pelo grande amor de Deus é o Jesus verdadeiro; 

Ele é quem oferece ao pecador arrependido a graça maravilhosa e não uma filosofia humanista baseada no mérito próprio.

Pr. Gilson Jr.

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