terça-feira, 7 de maio de 2013

Reminiscências - O patinete

Imagem: Clip-art




É gostoso lembrar destas coisas!



Quando criança eu morava no bairro da Penha, em São Paulo, em um loteamento novo, ruas em forte declive, de terra, ainda, pois o asfalto demoraria a chegar, eu vivia bem feliz.


Muitos pomares, riacho, campos de futebol na várzea, um pequeno lago, árvores, diversas casas em construção.
Um paraíso para as crianças brincarem.

Por vezes, o excesso de chuva criava erosões gigantescas, para um observador do meu tamanho, e eu gostava de me embrenhar por elas, sem medir os riscos. Nunca me aconteceu um acidente quando estava lá embaixo. O pior que acontecia quando ia brincar lá embaixo, era furar o pé em um caco de vidro, ou ter uma farpa de madeira espetada no dedo, nada sério.


Nessa época, tínhamos um patinete, feito em casa, com rodas grandes; quase perfeito, a não ser pelo freio. De vez em quando, o pedal passava para baixo da tábua, deixando-me ao deus-dará.


Quando isso acontecia, havia três possibilidades:

      

1- Manobrar o patinete, fazendo-o derrapar para um dos lados, diminuindo a velocidade

2- Pular, e sair correndo para não cair

3- Tentar pular, mas já sair rolando antes de começar a correr. Um acidente que, normalmente, doía muito.



Era comum eu chegar escoriado quando andava de patinete, mas nunca foi nada muito sério, exceto aquela vez em que rolei para dentro da erosão.


Quase desmaiei, com o susto.


Fui tentar a derrapagem para perder a velocidade, e não percebi que estava perto do buraco. Repentinamente o chão sumiu debaixo de mim. Eu ia indo bem, mas, repentinamente, o patinete bateu na lateral do outro lado do barranco, caí, e o patinete caiu por cima de mim.


Levei vários segundos para tentar levantar. Parecia que o patinete havia crescido, ficado pesado, e aquelas estrelinhas girando... 


Quando consegui me levantar, olhando para fora do buraco, tornei a me esconder, pois, na esquina de cima, acabara de ver algumas crianças da minha turma, meus amigos, e fiquei com medo que percebessem o acontecido.


A gozação doeria mais que os diversos ferimentos obtidos com aquele tombo.


Felizmente nenhum deles percebeu minha queda, e eu continuei mais um tempo no buraco, fingindo que estava brincando lá embaixo.


Só alguns dias depois foi que contei aos amigos o que acontecera, mas então já não sofreria com o deboche que pudessem fazer.


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