quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CAOS



Como aquilo começou, ninguém conseguia entender...
Em pleno centro da cidade.

Repentinamente, uma freada, seguida de um estranho ruído.
Ao olhar, nada para se ver... Só a fumaça, uma fumaça densa e mal cheirosa, ia invadindo tudo, a partir daquela esquina.

Vozes de homens, mulheres, crianças, aos gritos, começava-se a ouvir.
Choro, choro convulsivo, desesperado...

E o dia ia escurecendo,

Eram 15:27h . . .

Aos poucos as luzes das ruas foram-se acendendo, mas aquela fumaça terrível tomava conta de tudo, e a iluminação de nada valia.
Enxergava-se poucos metros à volta. Terrível!

Bombeiros eram solicitados em todas as partes da cidade, As forças de segurança estavam em estado de alerta, mas pouco podiam fazer frente ao inimigo desconhecido.

E a fumaça, preta e malcheirosa, ia se espalhando... Sem poder ser contida...

Cientistas foram chamados a analisar a composição daquela fumaça, e, mesmo identificando as propriedades químicas, não podiam explicar sua origem. Urgia descobrir uma fórmula que acabasse com aquilo.

Ela como que se multiplicava. Bastava um pouco de fumaça levada pelo vento para qualquer parte, e logo estava tudo escuro. Nas casas e no comércio, ela se infiltrava por debaixo das portas, ou outros vãos existentes, e logo estava tudo escuro.

Mesmo não causando nenhum transtorno aparente à saúde das pessoas e animais, gerava pânico vê-la se aproximar, cobrindo até os mais altos edifícios.
O medo se fazia presente em todos os lugares.
Logo, o noticiário dava conta do surgimento daquela fumaça em outras partes do planeta, as mais longínquas, e, todas, ainda sem explicação.

O tráfego aéreo ia sendo fechado nas diversas cidades; Automóveis, caminhões, trens e metrôs foram parando...

A vida em compasso de espera.

Curiosamente, a fumaça não chegava
àquelas poucas quadras daquele pequeno distrito.  Ia se aproximando até bem próximo, mas não chegava às casas ou ruas. Parte dos trigais também não era atingida.

A notícia foi divulgada pelos meios de comunicação ainda em funcionamento, e uma força-tarefa foi deslocada, não sem muitas dificuldades, até aquele lugarejo , para investigar.

E a noite caiu sobre as cidades já escuras.

Pouco menos de vinte horas depois, misteriosamente, como tinha surgido, ela começou a regredir, não restando mais fumaça a não ser nos frascos onde havia sido acondicionada para estudos.


O Sol brilhava de novo.
 

A vida teve continuidade, mas, o medo...
 

O medo persistiu por muito tempo ainda.

Não houve explicação!


Velho Pescador
Publicado originalmente no luso-poemas.net

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindo, visitante.
Compartilhe conosco sua opinião.

Exagerada!

Pois é! Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar?  Hoje eu...