quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O preço do colaboracionismo



O preço do colaboracionismo
Olavo de Carvalho

Não há nada que um comunista odeie mais do que o companheiro de viagem frouxo, ou escrupuloso, que não o acompanha em todos os seus desvarios, não endossa todas as suas mentiras, não acoberta ou aplaude todos os seus crimes.
Uma vez que você lhe deu alguma compreensão e ajuda, ele jamais o perdoará se você não continuar a fazê-lo pelos séculos dos séculos, até o amargo fim, sacrificando no caminho a honra, a consciência e até a capacidade elementar de perceber o momento em que a tolerância a um erro se transmuta em cumplicidade com um crime.
Se existe um direito que todo comunista nega sistematicamente aos seus amigos e benfeitores, é o de dizer: “É demais. Cheguei ao meu limite. Não posso lhe dar mais nada.”
Para um comunista, a amizade que não consente em transformar-se em escravidão não é amizade: é traição.
É por isso que a Carta Capital, o Portal Vermelho, a Hora do Povo e todos os outros canais por onde escoa a massa fecal comunista impressa e eletrônica despejam agora todo o seu ódio sobre a “mídia burguesa” ou “mídia golpista”, aquela mesma que, com seu silêncio obsequioso e cúmplice, reforçado de tempos em tempos por negações explícitas, ajudou o Foro de São Paulo a crescer em paz e segurança, escondidinho, longe dos olhos da multidão curiosa, até tornar-se o dominador quase monopolístico não só da política brasileira, mas de meio continente.
Essa mídia finge surpresa e escândalo, agora, quando o depoimento de Marcos Valério e o caso Rosemary terminam de revelar as dimensões oceânicas da sujeira petista e rompem até a blindagem laboriosamente construída e mantida, ao longo de pelo menos dezesseis anos, em torno da figura do sr. Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas quem quer que lesse as atas do Foro, onde o impoluto cavalheiro aparecia presidindo assembleias ao lado do sr. Manuel Marulanda, comandante da maior organização terrorista e narcotraficante da América Latina, compreenderia de imediato não estar diante de nenhum santo proletário, mas sim de um leninista cínico, disposto usar de todos os meios lícitos e ilícitos, morais e imorais, para aumentar o poder do seu grupo.
Se a população tivesse sido alertada disso em tempo, a “era Lula”, com todo o seu cortejo de crimes e abjeções, teria permanecido no céu das hipóteses, sem jamais descer e realizar-se no planeta Terra. Não só a grande mídia, mas os partidos “de direita”, as lideranças empresariais, as igrejas, os comandos militares e até os propugnadores ostensivos da causa “liberal”, todos unidos, sonegaram ao povo essa informação vital que teria posto o país num rumo menos deprimente e menos vergonhoso.
Mas não foi só o Foro, nem os podres de São Lula, que essa gente escondeu. Durante pelo menos menos duas décadas, a versão esquerdista da história do regime militar foi endossada e repetida fielmente em todos os jornais, canais de TV, escolas e discursos parlamentares, até incorporar-se no imaginário popular como uma espécie de dogma sacrossanto, a encarnação mesma da verdade objetiva, acima de partidos e ideologias.
Nenhum “repórter investigativo”, daqueles que vasculhavam até os últimos desvãos obscuros da vida particular do sr. Collor de Mello, teve jamais a curiosidade de perguntar o que fizeram em Cuba, ao longo de trinta anos ou mais, os terroristas brasileiros que ali se asilaram.
Quantos, por exemplo, à imagem e semelhança do sr. José Dirceu, se integraram na polícia política e nos serviços de espionagem da ditadura fidelista, acumpliciando-se a atos de perseguição, tortura e assassinato político incomparavelmente maiores e mais cruéis do que aqueles pelos quais viriam depois a choramingar e exigir indenizações no Brasil?
Omitindo essa e outras partes decisivas da história, nossa mídia e nossas “classes dominantes” permitiram que uma visão monstruosamente deformada do passado se incorporasse à linguagem usual da nossa política, deixando que criminosos amorais e frios ostentassem diante do povo a imagem de vítimas sacrificiais inocentes e obtivessem disso lucros publicitários e eleitorais incalculáveis.
Qual o nome dessas atitudes, senão “colaboracionismo”? Todos aqueles que tinham o poder e os meios de barrar a ascensão comunopetista fizeram exatamente o contrário: estenderam o tapete vermelho e, curvando-se gentilmente dos dois lados da pista, deram passagem a quantos Lulas e Dirceus houvesse, aplaudindo, como prova de grande evolução democrática, a tomada do país por um bando de delinquentes psicopatas, insensíveis e coriáceos, tão hábeis na simulação de boas intenções quanto incapazes do menor sentimento de vergonha e culpa, mesmo quando pegos de calças na mão.
Mas, é claro, um belo dia até o estômago de avestruz do colaboracionista mais impérvio chega ao limite da sua capacidade digestiva. Com toda a boa-vontade do mundo, sorrindo, entre lisonjas e rapapés, o sujeito engoliu sapos e mais sapos, depois cobras e lagartos e por fim jacarés. Mas então pedem-lhe que engula um dinossauro, e ele por fim desaba: “Não, não agüento. Isso é demais.”
Foi o que aconteceu com a nossa mídia (e a classe que ela representa) quando vieram as provas do Mensalão.
A reação brutal do bloco lulocomunista expressa a indignação da criança mimada ante a repentina supressão dos afagos usuais, que o tempo havia consagrado como direitos adquiridos.


@Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Acidente de trabalho inusitado




Recebi pela web esta "Explicação de um operário português, acidentado no trabalho, à sua Cia. seguradora. (A Cia. de Seguros havia estranhado tantas fraturas em uma só pessoa num mesmo acidente). Chamo a atenção para o fato de que se trata de um caso verídico, cuja transcrição foi obtida através de cópia dos arquivos da companhia seguradora envolvida. O caso foi julgado no Tribunal  da Comarca de Cascais - Lisboa - Portugal."

À Cia. Seguradora.

Exmos. Senhores,
Em resposta ao seu gentil pedido de informações adicionais, esclareço:  No quesito nr. 3 da comunicação do sinistro mencionei: 'tentando fazer o  trabalho sozinho' como causa do meu acidente.
Em vossa carta V. Sas. me pedem uma explicação mais pormenorizada, pelo  que espero sejam suficientes os seguintes detalhes:
Sou assentador de tijolos e no dia do acidente estava a trabalhar sozinho num telhado de um prédio de 6 (seis) andares. Ao terminar meu trabalho, verifiquei que havia sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de os levar a mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi colocá-los dentro de um barril, e, com ajuda de uma roldana, a qual felizmente estava fixada em um dos lados do edifício (mais precisamente no sexto andar), descê-lo até o térreo. Desci até o térreo, amarrei o barril com uma corda e subi para o sexto andar, de onde puxei o dito cujo para cima, colocando os tijolos no seu interior. Retornei em seguida para o térreo, desatei a corda e segurei-a com força para que os tijolos (250kg) descessem lentamente.

Surpreendentemente, senti-me violentamente alçado do chão e, perdendo minha característica presença de espírito, esqueci-me de largar a corda.
Acho desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Nas proximidades do terceiro andar dei de cara com o barril que vinha a descer.
Ficam, pois, explicadas as fraturas do crânio e das clavículas.

Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente parando quando os meus dedos ficaram entalados na roldana. Felizmente, nesse momento já recuperara a minha presença de espírito e consegui, apesar das fortes dores, agarrar a corda. Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu ao chão, partindo seu fundo. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25kg.
Como podem imaginar comecei a cair vertiginosamente, agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro andar, quem encontrei? Ora, pois, o barril que vinha a subir.
Ficam explicadas as fraturas dos tornozelos e as lacerações das pernas.

Felizmente, com a redução da velocidade de minha descida, veio minimizar os meus sofrimentos quando caí em cima dos tijolos embaixo, pois felizmente só fraturei três vértebras.No entanto, lamento informar que ainda houve agravamento do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os tijolos estava incapacitado de me levantar, porem pude finalmente soltar a corda. O problema é que o barril, que pesava mais do que a corda, desceu e caiu em cima de mim fraturando-me as pernas.

Espero ter fornecido as informações complementares que me haviam sido solicitadas.

Outrossim, esclareço que este relatório foi escrito por minha enfermeira, pois os meus dedos ainda guardam a forma da roldana.

Atenciosamente,

Antonio Manuel Joaquim Soares de Coimbra


O ESTRANHO NO LAR




Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade.

Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.  O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.

Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.

Meus pais eram instrutores complementares.

Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.

Mas o estranho era nosso narrador.

Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.

Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.

Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!

Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.

Fazia-me rir, e me fazia chorar.

O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.

Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).

Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.

As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.

Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.

Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.

Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.

Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.

Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.

Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.

Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...

Seu nome?

Nós o chamamos TELEVISOR!

Agora tem uma esposa que se chama COMPUTADOR e um filho que se chama CELULAR!

Nota: É importante que este artigo seja lido em cada lar...


Recebido pela Internet.  
Desconheço a autoria

Reminiscências - O Enterro do Gato

Imagem Internet



Sepultando um gato
Penha, zona leste de São Paulo, lá pelo ano 1956 ou 58, nossa “turminha” era composta de oito ou dez meninos, companheiros constantes nas “artes” e brincadeiras. 
Em alguns momentos, as meninas também participavam, elevando o número a mais de vinte crianças.

As brincadeiras eram as mais diversas: balança-caixão, bate-bola, bolinhas de gude, queimada, chutar-lata, esconde-esconde, mão-na-mula, etc..

Além dessas, brincávamos com os inventos da hora, pois tudo era motivo e qualquer coisa servia para brincar.

Foram muitas as nossas artes, algumas inusitadas, e, entre estas, o dia em que sepultamos o gato.

Todos da nossa turma já tivéramos a oportunidade de ver algum cortejo fúnebre, solene, quando muitas pessoas levavam o caixão ao cemitério. Parecia uma grande procissão, todos com ar triste, acompanhando os familiares chorosos...

Talvez nenhum de nós soubesse exatamente o porquê daquilo, pois, felizmente, não houvera morte em nenhuma de nossas famílias, mas sabíamos que era um momento importante, marcante, onde as crianças não participavam, a não ser andando próximas aos adultos.

Um dia resolvemos fazer algo parecido, e quero contar como foi:

O Flávio tinha um gato, daqueles grandões, preto e branco, já velho e sem dentes, e, como ocorre com os seres vivos, um dia esse bicho morreu. Como esse gato era do nosso amigo, então era amigo de todos nós, assim, decidimos que ele merecia um sepultamento à altura.

Lembramos da necessidade de um caixão, e fomos providenciar. 

Caixa de sapato não dava, era pequena, caixa de sabão era grande demais. No armazém do Sr. Pompeu, italiano amigo, conseguimos uma caixa de papelão no tamanho certo.

Nela colocamos o gato, enfeitamos com algumas flores silvestres, nos organizamos e saímos em marcha, rumo a um lote vazio, onde brincávamos sempre, para sepultar o bicho. Como a distância até o terreno era muito pequena, decidimos dar a volta no quarteirão, para o cortejo durar mais. 

Caras tristes, mas sorrindo de felicidade, Íamos batendo paus, latas e tudo o mais, a fim de chamar a atenção e tornar aquilo mais glorioso. Foi um sucesso!

Chegados ao lugar escolhido, cavamos um buraco, colocamos a caixa, cobrimos de terra e flores, e  fincamos um pau como marcação. 

Perfeito!

Depois, fomos todos à casa do Flávio tomar uma limonada para comemorar o enterro, com o senso do dever cumprido.

Poucos gatos tiveram um funeral tão pomposo, mesmo que, alguns dias depois, poucos se lembrassem do ocorrido.
Hoje, muitos anos depois, eu me lembrei, e vi que, apesar do capricho, ser coveiro não era nosso dom. Cada um de nós seguiu uma profissão diferente dessa.




Velho Pescador.



Exagerada!

Pois é! Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar?  Hoje eu...