É preciso ter paciência,
e também educação,
pra não dar pé pela mão,
falar o que não pensa.
Quando usar da franqueza,
tem que ter delicadeza,
explicar tudo bem direito,
pra não ficar nada mal feito.
Quando der opinião,
antes deve sentir,
se a pessoa , seu irmão,
está com vontade de ouvir.
Pode estar num dia aziago,
estar com dor de barriga,
aí que vem o perigo:
logo tudo vira briga.
Quem usa sinceridade,
mostra que é bem formado,
ainda é sempre respeitado,
por tudo que tenha falado.
Não precisa grosseria,
para dizer o que pensa,
fazer circo, tropel, arrelia,
esse modo não compensa.
Também não use a franqueza,
como desculpa para ofender,
e depois pedir perdão,
assim não vai valer.
Uma boa educação,
todo homem deve ter,
se educa com devoção,
desde logo ao nascer.
Gosto de sinceridade,
não importa a idade,
no campo ou na cidade,
deve falar o que pensa,
mas, sempre compensa,
caprichar na lealdade,
ter muita cordialidade,
acompanha a sinceridade.
Já quem deseja confrontar,
age com indelicadeza,
não merece atenção,
é falta de educação.
Quem tem essa baixeza,
quer é chamar a atenção,
ser de tudo a atração,
não importa seu proceder:
- quer mesmo é aparecer.
Sei que tem o livre arbítrio,
pode falar o que quiser,
mas deve estar alerta,
para aguentar o que vier.
Quem a todos só afronta,
deve ficar envergonhado,
só defeito no outro aponta,
não vai ser mesmo apoiado.
E o principio consagrado
na física muito estudado
para toda força de ação,
não importa a qualidade
há sempre uma reação,
em igual intensidade,
mas vejam que fadário:
- o sentido é contrário.
Por final, é verdadeiro,
um ditado com saber,
pro useiro e pro vezeiro:
“ quem fala o que quer
escuta o que não quer”.
Este poema traz em si muita sabedoria,
Agradeço a autorização do amigo Poeta Luiz Morais
para publicá-lo..
Velho Pescador
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