quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os filhos que estamos criando

Julia & Luiza



Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.
Passou na primeira entrevista e o diretor fez uma última entrevista antes da decisão final.

O diretor percebeu, pelo currículo, que o seu histórico acadêmico sempre fora excelente, do secundário à pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.


Então o diretor perguntou: "Você recebeu alguma bolsa de estudos?" O jovem respondeu: "Nenhuma".

O diretor perguntou: "Foi o teu pai que pagou as mensalidades escolares?"
O jovem respondeu:
"O meu pai faleceu quando tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou:
"Onde trabalha a tua mãe?" E o jovem respondeu: "A minha mãe lava roupas."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos, e este mostrou um par de mãos macias e perfeitas.


O diretor perguntou: "Alguma vez você ajudou a tua mãe a lavar as roupas?" O jovem respondeu: "Nunca; A minha mãe sempre quis que eu estudasse mais, lesse mais livros. Além disso, ela lava as roupas mais depressa do que eu."

O diretor disse: "Eu tenho um pedido.  Vai e cuida das mãos da tua mãe, e amanhã pela manhã volta para conversarmos."


O jovem sentiu que a possibilidade de conseguir o emprego era alta. Chegando em casa, pediu feliz à mãe que o deixasse cuidar das suas mãos. A mãe achou estranho, mas com um misto de sentimentos, deu as suas mãos ao filho para que ele cuidasse.


O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas, e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava enquanto eram lavadas.


Esta era a primeira vez que o jovem percebia este par de mãos que, lavando roupas todo o dia tinha-lhe sustentado até ali. As contusões nas mãos da mãe eram o preço pago pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.

Após acabar de cuidar das mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou o restante das roupas que havia, enquanto a mãe, agradecida, orava.

Nessa noite, mãe e filho conversaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor, e este percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e disse-lhe: "Diga-me o que aconteceu ontem.”

O jovem respondeu: "Eu limpei as mãos da minha mãe, e ainda acabei de lavar as roupas que sobravam."


O diretor pediu, "E o que você sentiu, o que aprendeu?"

O jovem disse: "Primeiro, aprendi a valorizar minha mãe. Sem o seu sacrifício, hoje eu não seria um homem de sucesso. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, descobri a dificuldade e dureza do seu trabalho. Em terceiro, conversando bastante com ela, aprendi a valorizar o relacionamento familiar."


O diretor disse: "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros; Alguém que conheça as dificuldades de quem produz, e que, também, não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Você está contratado."

Após isso, com trabalho árduo, o jovem recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai imaginar-se como o melhor, o primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais, e, quando começar a trabalhar, vai acreditar que todos devem ouvi-lo e obedecê-lo. Se algum dia alcançar a gerência, não vai saber valorizar os seus empregados e terá a tendência de culpar outros pelos seus próprios erros.

Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um tempo, mas não sentirão a sensação de atingir os objetivos. Vão reclamar, viver cheios de ódio e lutar por mais.

Como pais, como estamos agindo? Ensinamos o nossos filhos a amar, respeitar, valorizar, ou deixamos que eles sejam títeres, pequenos ditadores?

Estamos construindo ou destruindo os nossos filhos?


Você, pai, você mãe, pode deixar o seu filho viver numa ótima casa, comer boas refeições, aprender piano, ver televisão, videogame, computadores pessoais..., mas, quando cortar a grama, por favor, deixe-o experimentar isso. Após  da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs.
Não é porque não haja dinheiro para contratar uma empregada, mas porque ele precisa aprender. Precisa aprender que, não interessa o quão ricos  sejam os seus pais, um dia irão envelhecer, tal como a mãe daquele jovem.

A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a valorizar o esforço de cada um, e o esforço próprio, além de valorizar o trabalho em equipe.

Quais  são as pessoas que tiveram as mãos enrugadas por mim?


(Adaptação)
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, mesmo depois de velho, não se desviará dele.     
 Provérbios 22.6


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