sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Caminhoneiro




Nesta longa estrada da vida,
No seu caminhão, com excesso de carga,
detona o asfalto,  foge de assaltos,
E vai destruindo nossas estradas

Evitando os pedágios, pagando os pecados.
Pagando os impostos, o quê vai fazer?
E o frete pequeno, tantas despesas
Cadê dinheiro para abastecer?

Se furar um pneu, adeus sustento...
Os pneus novos tem que financiar.
E o caminhoneiro, tão destemido,
Ainda insiste em trabalhar.

Chegar em casa, depois de dias
Viagem longa, que não rendeu nada.
Matar saudades de sua querida
E sair atrás de uma nova carga

O filho cresceu, e ele nem viu
Quando é que foi que o filho cresceu?
Tão entretido com os fretes e a vida
Ele estava na estrada, não percebeu

O caminhão desgastado, ele envelhecido
O sonho que tinha já foi esquecido
Chegada a hora de se aposentar
E pra estrada querida nunca mais voltar

O coração está machucado
Agora não sabe mais o que fazer
O seu caminhão, sempre bem cuidado,
Ele, aposentado, teve que vender

Velho Pescador                               05/10/2012

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