sexta-feira, 17 de maio de 2013

Milagre



Um milagre



Certo dia, passava a comitiva,

levando o corpo morto de um menino

Ao lado, sua mãe, que era viúva,

não sabia qual seria o seu destino



Na vila de Naum estava o Mestre

Jesus, pregando à grande multidão

Porém, o choro sofrido de uma mãe

Profundamente, tocou-lhe o coração



Era um momento triste, de despedida

Aquela mãe não poderia imaginar

Que Jesus Cristo, a Ressurreição e a Vida

Estava próximo, vendo-a chorar



Ele chegou ao lado do caixão

Mandou à procissão, que ali parasse

E, num instante, estendeu a sua mão

Ordenando ao morto que se levantasse



E o menino, entusiasmado, se assentou

E começou a conversar, não tinha dor

E todo o povo que aquilo presenciou

Já proclamava que Jesus é o Senhor



Velho Pescador















Imagem
 

O que é uma avó?



O que é uma avó? A melhor amiga
que vai murchando, como uma flor
que se guarda no livro das lembranças
nas folhas,(memória)escritas de amor.

Sempre a nosso lado, conta histórias
inventadas mas de doçura embaladas,
fábulas educativas ou espirituosas
para lhes ouvir sonoras gargalhadas.

A felicidade estampa-se no seu rosto!
Então ri com os netos, bate palmas feliz.
Agora penso, que já sou bisavó também
que é exatamente o que eu sempre quis.

Idosa, ver os netos e bisnetos é felicidade
que mais novas, nimguém vai vislumbrar.
Mas se Deus o permitir, ter em mais tempo livre
que aos filhos, às vezes não conseguiu dar.

A avó acaba por ser uma boneca nova
para se brincar...Se é permitida a ilusão…
Penteiam, são cabeleireiras, manicure,
as unhas arranjam numa perfeição,

Põem pó de arroz pintam as bochechas
no pescoço estola de pele, laços a seu jeito.
Levam-nas ao espelho, para verem extasiadas
como aquele modelo ficou lindo, perfeito!

As avós abrem a boca de espanto. O! Tanta beleza…
Após, não faltam beijinhos, abraços de ternura,
sempre companheiras, unidas com os netos,
jogam futebol com eles, outra grande aventura!

Ficam estoiradas é verdade, mas superam.
Eles são as estrelas brilhantes na sua vida.
Revivem desde o primeiro filho que tiveram.
Uma bênção que a traz tão feliz e ainda viva!



Vólena é uma excelente poetisa portuguesa, de alma e coração limpos, sábia, doce e sensível.
Uma amiga muito querida, que conheci no Luso-poemas.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O menino feio



Aquele menino era feio demais

Não se deve dizer que alguém é feio, eu sei. 

Politicamente incorreto, se diria hoje, mas, quando ele nasceu, ainda não haviam inventado o PT.

Bons tempos, aqueles...

O menino nasceu na própria casa (era o costume da época), e sua avó foi a parteira.

Que susto ela tomou!

Ela pegou aquele neném, como já tinha feito com os irmãos mais velhos, olhou-o com carinho, já sorrindo, e...

Ploft! 

Desmaiou.

O bebê era feio, mas muito feio. Feio demais.

Ainda bem que a tia estava do lado, e, quando a avó caiu, ela segurou o bebê, evitando a queda. 

A tia, por sua vez, ao olhar para o bebê, ficou em estado de choque. 

Não chorava, não falava, apenas tremia; e o bebê ali, em seus braços.

O pai do menino pegou-o no colo, olhou com cuidado, descobriu onde estavam as pernas, e, ficou rolando o neném de um lado para outro, tentando descobrir onde é que devia bater. 

Percebeu então que era um menino.

O bebê era redondo, literalmente.

A única coisa que sobressaia era a cabeça. Um cabeção enorme.

Quando, finalmente, o pai deu-lhe um tapinha,  ele começou a chorar e não parava mais. 

Chorava,   e chorava,   chorava...

Aos berros...

A mãe, mãe é mãe, preocupada, pegou-o no colo, levou-o ao seio, e ele começou a mamar, com uma gula indescritível.

Não parava mais.

Era muito feio. Impossível piorar...

E toda a vizinhança foi visitar aquela mãe, com aquele menino feio. Só para confirmar que era mesmo feio.

E eu sou assim até hoje.

Velho Pescador
 

Farrapo!



Ela ficava lá na esquina
Se oferecendo,
Por uma pedra,
(ou moeda)

Pouco mais que uma menina,
Fenecendo...
Quem era ela?
(De onde vinha?)

De sua família ninguém sabia
Se perguntada
Ela chorava,
(muito sentida!)

Por uma pedra, se oferecia
(já acabada)
Conformada
(Quase menina.)


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Eu a vi



Eu a vi,
caindo
(a folha da árvore,
no outono)...


O vento,
que soprava,
a levava
para longe


E ela
se misturava
às outras (folhas)
caídas


Agora
era só mais uma (folha)
caída
entre tantas outras (folhas),
caídas.


De onde viera?
(De qual árvore?)
Impossível dizer!
Ela havia caido.


Era apenas mais uma
(folha)
Caída!

Exagerada!

Pois é! Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar?  Hoje eu...