quarta-feira, 22 de maio de 2013

Poucas letras



Letras

Eu não escreveria mais, hoje, mas, sobraram-me umas letras no bolso
Então, vou arrumá-las aqui e tentar escrever a teu gosto
Não posso desperdiçá-las, as letras, pois andam tão caras...
E não é sempre que me encontro à vontade para usá-las.

E daquelas que formam palavras? Mais difíceis a cada dia
Então, mãos à obra, vou em frente, tentar escrever poesia
Se não der, bastam as rimas, que soem bem, e agradem
Assim vou usar as palavras, que na minha boca já ardem

Poré
m, as tais letras são poUcas, e eu fico apoquentado
Tentando formar palavras, sentado frente ao teclado
Algumas saem i
ncomplEtas, sE não conSEGUIr rEpor
PrEciso de apoio, urgEntE, ou não poderei compor.


Você tem letras, sobrando? mande-as assim que puder
Se estão a um canto mofando, e eu querendo escrever
Só de Oo faltam quinhentos, de Ss e Rr, uns oitocentos
Sem contar pontos e acentos... Será melhor esquecer?

Espero as vossas remessas, mesmo de fontes diversas...
Mande-as com toda a pressa, e eu vou lhe agradecer.



Velho Pescador


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Milagre



Um milagre



Certo dia, passava a comitiva,

levando o corpo morto de um menino

Ao lado, sua mãe, que era viúva,

não sabia qual seria o seu destino



Na vila de Naum estava o Mestre

Jesus, pregando à grande multidão

Porém, o choro sofrido de uma mãe

Profundamente, tocou-lhe o coração



Era um momento triste, de despedida

Aquela mãe não poderia imaginar

Que Jesus Cristo, a Ressurreição e a Vida

Estava próximo, vendo-a chorar



Ele chegou ao lado do caixão

Mandou à procissão, que ali parasse

E, num instante, estendeu a sua mão

Ordenando ao morto que se levantasse



E o menino, entusiasmado, se assentou

E começou a conversar, não tinha dor

E todo o povo que aquilo presenciou

Já proclamava que Jesus é o Senhor



Velho Pescador















Imagem
 

O que é uma avó?



O que é uma avó? A melhor amiga
que vai murchando, como uma flor
que se guarda no livro das lembranças
nas folhas,(memória)escritas de amor.

Sempre a nosso lado, conta histórias
inventadas mas de doçura embaladas,
fábulas educativas ou espirituosas
para lhes ouvir sonoras gargalhadas.

A felicidade estampa-se no seu rosto!
Então ri com os netos, bate palmas feliz.
Agora penso, que já sou bisavó também
que é exatamente o que eu sempre quis.

Idosa, ver os netos e bisnetos é felicidade
que mais novas, nimguém vai vislumbrar.
Mas se Deus o permitir, ter em mais tempo livre
que aos filhos, às vezes não conseguiu dar.

A avó acaba por ser uma boneca nova
para se brincar...Se é permitida a ilusão…
Penteiam, são cabeleireiras, manicure,
as unhas arranjam numa perfeição,

Põem pó de arroz pintam as bochechas
no pescoço estola de pele, laços a seu jeito.
Levam-nas ao espelho, para verem extasiadas
como aquele modelo ficou lindo, perfeito!

As avós abrem a boca de espanto. O! Tanta beleza…
Após, não faltam beijinhos, abraços de ternura,
sempre companheiras, unidas com os netos,
jogam futebol com eles, outra grande aventura!

Ficam estoiradas é verdade, mas superam.
Eles são as estrelas brilhantes na sua vida.
Revivem desde o primeiro filho que tiveram.
Uma bênção que a traz tão feliz e ainda viva!



Vólena é uma excelente poetisa portuguesa, de alma e coração limpos, sábia, doce e sensível.
Uma amiga muito querida, que conheci no Luso-poemas.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O menino feio



Aquele menino era feio demais

Não se deve dizer que alguém é feio, eu sei. 

Politicamente incorreto, se diria hoje, mas, quando ele nasceu, ainda não haviam inventado o PT.

Bons tempos, aqueles...

O menino nasceu na própria casa (era o costume da época), e sua avó foi a parteira.

Que susto ela tomou!

Ela pegou aquele neném, como já tinha feito com os irmãos mais velhos, olhou-o com carinho, já sorrindo, e...

Ploft! 

Desmaiou.

O bebê era feio, mas muito feio. Feio demais.

Ainda bem que a tia estava do lado, e, quando a avó caiu, ela segurou o bebê, evitando a queda. 

A tia, por sua vez, ao olhar para o bebê, ficou em estado de choque. 

Não chorava, não falava, apenas tremia; e o bebê ali, em seus braços.

O pai do menino pegou-o no colo, olhou com cuidado, descobriu onde estavam as pernas, e, ficou rolando o neném de um lado para outro, tentando descobrir onde é que devia bater. 

Percebeu então que era um menino.

O bebê era redondo, literalmente.

A única coisa que sobressaia era a cabeça. Um cabeção enorme.

Quando, finalmente, o pai deu-lhe um tapinha,  ele começou a chorar e não parava mais. 

Chorava,   e chorava,   chorava...

Aos berros...

A mãe, mãe é mãe, preocupada, pegou-o no colo, levou-o ao seio, e ele começou a mamar, com uma gula indescritível.

Não parava mais.

Era muito feio. Impossível piorar...

E toda a vizinhança foi visitar aquela mãe, com aquele menino feio. Só para confirmar que era mesmo feio.

E eu sou assim até hoje.

Velho Pescador
 

Exagerada!

Pois é! Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar?  Hoje eu...