sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Pelotão






- Um, Dois, Um, Dois, Um, Dois, Um, Dois...
- Peeeeeeloootãããão: Alto!
- Apresentaaaaar armas!
- Virar à direeeeita!

E os “soldados” obedeciam à risca, na medida do possível, lógico. Alguns, na hora de “virar à direita”, ficavam parados outros viravam à esquerda, afinal, naquela idade, nem sabíamos o que seria direita ou esquerda.
As armas eram cabos de vassouras, ou de guarda chuvas, ou pedaços de bambu. Qualquer coisa servia.

- Permissão para falar, Sargento!
- Permissão concedida. Fale!
- Agora é a minha vez de ser sargento!
- Não! Volte para o seu lugar.
- Então eu não brinco mais...

E, lá se ia aquele soldado, abandonando as fileiras, no que era seguido por uma parte da turma, desfalcando o pelotão.
A coisa chegava a um ponto, que o Sargento ficava sozinho, pois não queria “largar o osso”, como se diz popularmente.
As outras crianças iam, então, brincar de bolinhas, ou futebol, ou esconde-esconde, ou qualquer outra brincadeira, e o sargento ficava por ali esperando uma oportunidade de entrar para a nova brincadeira, nem que fosse como recruta.
O que não valia era ficar sozinho vendo os outros brincarem. Importava participar.

Bons tempos, aqueles!

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