terça-feira, 5 de junho de 2012

A Tecnologia do abraço

por um matuto mineiro

O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
- É... Das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço.
O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...
Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia...
Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça di continuá cum reiva...
Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria...
Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...
Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é, qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu... Mas, iêu sei!
Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô..... Iêu vô contá procêis u qui foi quel mi falô:
O abraço é bão pur causa do coração...
Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração!...
I o coração do ôtro é massargiado tomém!
Mas num é só isso, não...
Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, quandu nois abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito!...
Eita filicidade...

Um abração beeeem grandão prucê!


Recebido pela internet

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O SUJEITO DO ELEVADOR


        Dia desses, a caneta na mão, os óculos no bolso, precisei subir à Divisão de Contabilidade, no quinto andar do Paço Municipal, e, para tanto, entrei no elevador (aquele elevador novo, muito lento, exageradamente lento, todo em inox, com lâmpadas fluorescentes nas laterais, etc. etc.). Apertei o botão correspondente e, ao olhar para traz, vi um sujeito, me pareceu simpático, e cumprimentei-o cordialmente com um bom dia, e perguntei, com toda delicadeza, em que andar ele iria, para que eu pudesse marcar no painel, mas o sujeito nada respondeu.
        Resolvi me calar, pois é um direito do contribuinte entrar no elevador e também é um direito constitucional, o de ir-e-vir, com liberdade, mas achei estranha aquela atitude.
        Passei a prestar atenção naquele sujeito. Definitivamente, embora aparentasse, ele não era muito simpático. Eu o olhava e ele me olhava; eu olhava para outro lado e ele fazia o mesmo.
        Me calei e deixei seguir, mas estava preocupado enquanto o elevador subia. Passou pelo primeiro... pelo segundo..., e tudo continuava na mesma. Comecei a assobiar, me cocei, passei as mãos pelo cabelo, impaciente, e o sujeito nem para me dizer alguma coisa.
        Comentei sobre o tempo (ô coisa boa para iniciar uma conversa!!!) e ele não respondeu. O elevador subindo... sempre subindo... naquela velocidade horrível, de poucos metros por minuto. Parecia que já fazia tempo demais que estávamos lá dentro!
        Daí eu decidi; não era nada bonito o que eu ia fazer, mas eu já estava decidido. Quando o elevador parasse no quinto andar, o sujeito teria que descer, então eu sairia antes dele, o encararia e me apresentaria, pois estava deveras curioso, afinal, ele podia ser um surdo-mudo, um estrangeiro que não conhecesse nossa língua, ou talvez, alguém que estivesse fugindo da polícia da Grande São Paulo (anda dando medo, esses policiais de Diadema). Também poderia ser um assaltante, pois a Tesouraria ficava também no quinto andar. Talvez até fosse algum seqüestrador que tivesse vindo para sequestrar o Reinaldo, presidente da Associação, afim de conseguir, como resgate, um desconto na mensalidade da Unimed.
        Ao chegarmos, enfim ao quinto andar, antes que as portas do elevador se abrissem, coloquei os óculos, virei-me para o sujeito e caí na gargalhada... 
        Ele era, simplesmente, o meu reflexo, no espelho!


Velho Pescador - Abril/97

Giselda, a galinha que virou canja

                                                                          Giselda

Giselda, ainda era uma franga quando eu trouxe para cá
Com uma prima, e um galo, soltei-a no meu quintal
Lá ela comia as formigas e o matinho que brotava
Fora os grãos de milho seco que pra ela eu jogava

Meu filho pequenininho a olhava encantado
E com seus passos pequenos a seguia para todo lado
E no quintal, a Giselda, andando devagarinho,
Ciscava pra lá e pra cá comendo muitos bichinhos

A Giselda punha ovos, mas não conseguia chocar
Só uma vez nasceram dois pintos que não conseguiram viver
Os demais ovos, confesso, resolvi aproveitar.
Foram usados na cozinha, os peguei para comer.

A Giselda engordou, eu me lembro, coitadinha...
Minha esposa a olhou e a quis lá na cozinha
Não teve negociação, a decisão foi tomada
Com quanta pena eu fiquei daquela pobre galinha

Alí ficou decidido o destino da Giselda
Que provou ser boa galinha até mesmo na panela.
Foi assim que a Giselda desapareceu de cena
Daquela galinha simpática só sobrou um monte de penas.

E o Samuca já grandinho, que o desenlace não viu
Comeu um pouco da canja, e então é que descobriu
Que a galinha Giselda, aquela presença constante
Estava agora no prato, e ele gostava bastante.

Giselda, pobre galinha que andava sempre a ciscar
Quem nunca teve galinha não consegue avaliar
Como é gostosa a canja, e o cozido de galinha.
(Eu ainda tenho penas da Giselda, coitadinha)


                                                                   

 Boias de pesca feias de penas. Excelentes na pesca de corimbas

sexta-feira, 1 de junho de 2012

M A R C A S



SUA FAMÍLIA TEM AS MARCAS DE CRISTO?


Há muitas pessoas que acreditam que família é uma instituição falida e sem volta. Satanás, como pai da mentira, tenta a todo custo propagar este falso conceito e trabalha diuturnamente contra tudo aquilo que é instituído por Deus. Assim como foi no Éden, assim será com a minha e com a sua família. Culturas vêm e vão, os tempos mudam e a cada dia se levantam novas investidas contra a família.

Se você é ou já foi casado, ou quem sabe se casará em breve, já percebeu que casamento não é como um conto de fadas, tipo felizes para sempre, nem uma união perfeita. Casamento é quando, no Senhor, homem e mulher se tornam uma só carne, em que ambos trazem consigo uma pesada carga de experiências acumuladas ao longo da vida. Dentro dessa bagagem pode haver erros e pecados, ainda não arrependidos e confessados, que impedem a harmonia conjugal e familiar. Recentemente, li uma frase que dizia o seguinte:

Enquanto o pecado não for amargo,
Cristo não será doce”.

Esta idéia define uma profunda verdade: enquanto não enfrentarmos e tratarmos os problemas e pecados pertinentes ao casamento, não conseguiremos ter prazer na Solução. Cristo só será eficaz em nosso lar quando experimentarmos a graça do perdão e do recomeço.

Sua família tem as marcas de Cristo? Como um farol, ela pode ser construída ou reconstruída sobre uma rocha firme, sólida e permanente, capaz de resistir às maiores tempestades e forças contrárias, que é Jesus. Não há como ficar livre das pressões externas, mas você pode ter paz em família, em meio às crises.

Convido você para iniciar um passo rumo à restauração do seu lar. Tenho aprendido que:
“não existe casamento tão ruim que não possa ser consertado, como não existe casamento tão bom que não possa ser melhorado.”

Que Deus abençoe você e sua família!

Recebido por e-mail

Obs.:
A Betinha e eu estamos participando do curso Aliança, do Pr. Craig Hill (http://www.udf.org.br/areas-atuacao/mulheres/casadas/alianca/) e isso tem nos ajudado muito no relacionamento.
Se tiver como, trabalhe pela edificação da tua família.
Abraço.
Velho Pescador

A DATAÇÃO DOS FÓSSEIS

                                                                          IMAGEM DA INTERNET
Há algumas "afirmações científicas" que sempre me deixaram dúvidas, então procuro me informar a respeito, e, quando posso, posto aqui para que você também leia "o outro lado".
Grande abraço.
                                                                                 Velho Pescador

  A Comédia da Datação na Teoria da Evolução
Muito da controvérsia entre evolucionistas e criacionistas diz respeito à idade da terra e de seus fósseis. A Teoria da Evolução, dependente que é de pura chance, requer uma quantidade enorme de tempo a fim de poder apresentar uma explicação, quem nem remotamente chega a ser plausível, para a complexidade que vemos nas mais simples das criaturas vivas.
Por mais de 100 anos, geólogos tentaram inventar métodos para determinar a idade da terra a fim de que sua suposta idade pudesse ser consistente com o dogma evolucionista.
No tempo da publicação de A Origem das Espécies de Charles Darwin, a idade da terra era “cientificamente” determinada em 100 milhões de anos. Em 1932, “descobriram” que a terra tinha 1.6 bilhões de anos. Em 1947, geologistas “firmemente” estabeleceram a idade da terra em 3.4 bilhões de anos. Finalmente, em 1976, eles descobriram que a terra tinha “realmente” 4.6 bilhões de anos.
Essas datas indicam que por cerca de 100 anos a idade da terra dobrou a cada 20 anos. Se esse ritmo continuasse, a terra teria 700 mil trilhões-trilhões-trilhões de anos pelo ano 4000 DC. Essa “predição”, todavia, é baseada em “dados” e em certas suposições.
Como veremos a seguir, esses dados e suposições completamente improváveis são um problema freqüente com todos os métodos para tentar determinar a idade da terra, bem como para datar fósseis e rochas.
Essa coisa toda acabou por se transformar em um “jogo de datação” onde apenas os “evolucionistamente-corretos” podem participar.
O mais usado método de todos para determinar a idade dos fósseis data-os baseado na “conhecida idade” dos estratos de rocha em que os fósseis foram encontrados. Por outro lado, o mais usado método para determinar a idade dos estratos rochosos consiste em datá-los em função da “conhecida idade” dos fósseis que eles contêm. Isto é um autêntico e ultrajante caso de raciocínio em círculos e os geólogos estão bem cientes do problema.
J.E. O'Rourke, admite:
“O leigo inteligente já, há muito, suspeitou do raciocínio em círculos no uso de rochas para datar fósseis e de fósseis para datar rochas. O geologista nunca se importou em pensar em uma boa resposta, considerando que as explicações não compensam o esforço uma vez que o trabalho traga resultados." 
(American Journal of Science, 1976, 276:51)
Nesse método de “datação circular”, todas as idades são baseadas em suposições evolucionistas sobre a data e a ordem na qual plantas e animais fossilizados teriam, como alguns acreditam, evoluído.
A maioria das pessoas fica surpresa em aprender que não existe, de fato,  nenhuma maneira para se determinar diretamente a idade de qualquer fóssil ou de qualquer rocha. Os assim chamados métodos “absolutos” de datação (métodos radiométricos) na realidade só medem a proporção de isótopos radioativos no presente e seus produtos de declínio em amostras adequadas e não a sua idade. Essas medições das proporções de declínio dos isótopos radioativos são então extrapoladas para a determinação de uma “idade”. Essa extrapolação é baseada no fato de um elemento químico instável (radioativo) chamado de isótopo pai declina à uma razão presentemente conhecida para formar um isótopo mais estável chamado de isótopo filha. No caso da datação do Radiocarbono, um isótopo instável de Carbono (C14) decai em Nitrogênio (N14). Isto freqüentemente ocorre à uma taxa de declínio radioativo através da qual se espera que haja redução da quantidade de C14 (isótopo pai) pela metade a cada 5,730 anos (a meia vida radioativa).
Em outras palavras, quanto menos houver do isótopo pai (e quanto mais houver do isótopo filha), na medição, mais velha será a amostra analisada.
A datação pelo método do Radiocarbono é, de fato, de pouca utilidade para os evolucionistas, e isto por diversas razões: Primeiro: Nenhuma rocha e muitos poucos fósseis contém quantidades mensuráveis de Carbono de qualquer tipo. 
Segundo: Por causa da curta meia vida do C14, o método de datação do Radiocarbono só pode ser usado para datar amostras que tenham até 40.000 anos de idade. Essencialmente, nada de significativo na “evolução” poderia ter ocorrido em um espaço tão “curto” de tempo.
Os métodos radiométricos mais comumente usados para “datar” amostras geológicas são: Potássio-Argônio, Urânio-Tório-Chumbo e Estrôncio-Rubídio. Todos esses três processos de declínio radioativo têm meias vidas medidas em bilhões de anos (!).
Nenhum desses métodos pode ser usado em fósseis ou nos sedimentos de rocha onde os fósseis foram encontrados. Toda a datação radiométrica (com exceção da datação com Carbono) deve ser realizada em rochas ígneas (rochas solidificadas a partir de um estado derretido como a lava, por exemplo). Esses “relógios” radiométricos começam a “reter tempo” quando a rocha derretida se solidifica. Uma vez que fósseis nunca são encontrados em rochas ígneas, apenas fluxos de lava (ocasionalmente encontrados entre camadas de sedimentos de rochas) podem ser datados.
O problema com todos os “relógios” radiométricos é que sua precisão, criticamente, depende de muitas suposições iniciais as quais são impossíveis de ser confirmadas. Para datar uma amostra por um método radiométrico, é necessário que se conheça o montante inicial do isótopo pai no começo da existência da amostra em questão. Segundo, é necessário que se tenha a certeza de que não havia isótopos filha no começo. Terceiro, é necessário que se tenha igualmente certeza de que nem isótopos pai e nem isótopos filha jamais tenham sido adicionados ou removidos da amostra em estudo. E quarto, é necessário que se tenha a certeza de que a taxa de declínio do isótopo pai em isótopo filha tenha sido sempre a mesma. Que uma ou mais de qualquer uma destas postulações é freqüentemente inválida é óbvio pelas “datas” publicadas (isto sem mencionar o que não foi publicado) na literatura.
Um dos problemas mais óbvios é que muitas amostras provenientes de uma mesma localidade freqüentemente dão resultados de datação e, conseqüentemente, de “idade” espetacularmente diferentes. Amostras da lua do Projeto Apollo, por exemplo, foram datadas tanto com o método do Urânio-Tório-Chumbo como Potássio-Argônio dando resultados os quais variaram de 2 milhões a 28 bilhões de anos (!).
Amostras de lava proveniente de vulcões da margem norte do Grand Canyon, nos EUA, e
datadas pelo método do Potássio-Argônio, mostram idades um bilhão de anos “mais velhas”
do que as rochas mais antigas da base do canyon (!).
Lava proveniente de vulcões subaquáticos perto da Hawaii (que se sabe entraram em erupção em 1801 DC) foram “datadas” pelo método do Potássio-Argônio cujos resultados variaram de 160 milhões a aproximadamente 3 bilhões de anos (!).
Não é, portanto, de se admirar que os laboratórios que “datam” rochas insistam em “conhecer de antemão” a “era geológica” do estrato dos quais a amostra foi retirada (desta forma eles sabem quais datas aceitar como “razoáveis” e quais datas a serem ignoradas).
De uma coisa, porém, podemos estar certos: Todas as vezes em que datas radiométricas “absolutas” estão em substancial desacordo com postulados evolucionistas a respeito da idade de fósseis relacionados, os fósseis sempre prevalecem.
No que diz respeito à plausibilidade da evolução, de fato não faz a menor diferença se a terra tem 10 bilhões de anos ou se tem 10 mil anos. O fator tempo não pode colaborar em nada a fim de suportar as suposições evolucionistas.
Na realidade, se toda a panacéia da evolução se limitasse a nada mais do que a simples chance para se produzir uma única cópia de qualquer proteína biológica útil, não haveria nem tempo e nem matéria suficiente em todo o universo conhecido a fim de tornar isto remotamente provável. Isto porque, pelo mecanismo de chances do evolucionismo, ainda que todo o tempo disponível fosse utilizado a fim de que se pusesse em ação o “trabalho do acaso” e ainda que, igualmente, toda a matéria do universo pudesse ser disponibilizada para esse fim, nada, absolutamente, seria jamais produzido pela evolução (e, na verdade, nunca foi). Muito menos uma única simples proteína com função.
O tempo, por si só, simplesmente não torna o desesperançado cenário evolucionista de chances e de seleção natural mais razoável. 
Imagine se uma criança afirmasse poder ela sozinha construir um avião Boeing 747 a partir de material cru, em apenas 10 segundos e em seguida outra criança afirmasse que poderia fazê-lo em dez dias. Consideraríamos a afirmação da segunda criança menos absurda do que a da primeira simplesmente porque esta se propôs gastar aproximadamente um milhão de vezes mais tempo na tarefa? Por isso diz Deus:
“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” Salmos 14:1 
Traduzido e adaptado por Dr Leadnet, a partir de: The Dating Game (O Jogo da Datação), por David N. Menton, Phd. (Originally published in St. Louis MetroVoice, August 1994, Vol. 4, No. 8/ Missouri Association for Creation, Inc.)




quinta-feira, 31 de maio de 2012

UM BEIJO NO PESCOÇO...

       Sábado, manhã de sol, as folhas respingando o orvalho daquela noite linda, as gotas filtrando os raios de sol, lançando iridescências ao redor. Em plena praça da matriz, às sete horas da manhã, cachorrinho a tiracolo, passeava eu, achando que aquele cãozinho “pequinês”, apesar do tamanho reduzido, era a maior “mala-sem-alça” que já havia cruzado, e atravancado, o meu caminho. Pudera... minha esposa o havia ganho de sua mãe, sogra minha, como presente de aniversário (aquele aniversário que eu havia esquecido totalmente, e, quando perguntado se eu lembrava que dia era, perguntei se era o “dia do fico”).
       Desconcertado, ao ser encarado com a realidade, eu quis disfarçar e comentei, com a maior “cara-de-pau” que me foi possível que aquele cãozinho teria “a cara do meu sogro”, com aquele focinho chato e sempre úmido, aqueles olhinhos cheios de remela e aquele latidinho fino e irritante. Minha sogra caiu na gargalhada aprovando, mas minha esposa ditou as regras de como o “Emílio” seria tratado, o que e quando comeria, passeios, onde dormir, tipo de casinha que eu deveria comprar para ele, etc. etc. ...
       Não dava para brigar, mas eu lancei o meu protesto mais veemente, o dedo em riste, subindo e descendo, na ponta do nariz da minha esposa. Ela que arrumasse outro nome para o cachorro, mas Emílio, nunca! Aquele era o nome do meu pai e eu nunca chamaria o cãozinho por aquele nome.
       Gritamos a mais não poder. Ameacei cancelar as férias da família, o que só veio piorar as coisas, pois aí, minha filhinha de dezessete anos, até então indiferente, acostumada àquelas cenas, começou a fazer coro com sua mãe, contra mim, é lógico, enquanto o meu filho caçula, então com onze aninhos, dava mais uma das suas gostosas gargalhadas, como sempre fazia quando não sabia o que estava acontecendo.
       No final eu tive que calar, pois até o meu sogro acordou, ele que, naquele dia como em todos os outros, de festa ou velório, seu time ganhasse ou perdesse, fosse o que fosse, ou como fosse, roncava na rede, bêbado, logo após o almoço, e tendo acordando, mesmo não sabendo do que se tratava, começou a dizer que sua esposa tinha toda a razão e que “nenhum filho de Deus” conseguiria descansar com um barulho daqueles.
       Peguei o boné e saí. Andei bastante e quando cansei, entrei no cinema, no shopping, onde dormi por duas sessões seguidas e fui acordado pelo lanterninha, que exigia que eu pagasse novo ingresso ou fosse “dormir num hotel”. Meu sogro tinha a razão; Nada pior do que ser acordado para a realidade da vida.
       Hoje, meses depois, lá ia eu, àquela hora, levar o “Duque” a passeio (Duque era o nome que eu dei ao cachorrinho, fingindo não perceber que os outros membros da família o chamavam mesmo de Emílio).
       Apesar do inconveniente de ter de levantar cedo, esta era a melhor hora, pois após as oito da manhã, os simples mortais levavam seus cães de estimação para o passeio, e eu sentia vergonha de ter um cachorro tão irritante e insignificante, que, não sei por quê cargas d’água, cismava de latir e avançar sobre os cães que tinham, no mínimo, umas dez vezes o seu tamanho e peso. Àquela hora, com pouquíssima gente na rua, eu me sentia mais à vontade para, inclusive, ensaiar uma “conversa” com o cachorro, que, a essa altura, já me considerava um amigo.
       Eu estava até contando ao “Duque” os passeios que havíamos feito durante as férias (como sempre, prevalecera a vontade da família) “inesquecíveis” para minha mulher e meus filhos, e das quais eu me lembraria ainda por um bom tempo, até terminar de pagar o financiamento.
       Contei da última noite que passei naquele hotel da Barra e da encrenca que arrumei quando, num gesto impensado, fui beijar a minha mulher...
       Eu vinha da praia, com meus filhos, e, na recepção, vi minha esposa corrigindo o batom, olhando sua caixinha de maquiagem. Pensei em como aqueles últimos dias nos haviam aproximado, e como era bom passarmos uns dias em “território neutro”, em como ela parecia mais linda naquele vestido azul, que eu ainda não tinha visto.
       Cheguei devagarinho, por traz e, como nos tempos de namoro, beijei o seu pescoço, logo abaixo da orelha. Aquilo sempre dera resultado, eu nem precisaria esperar muito...
...Ploft!, minha orelha ardeu com o tapa, e com os gritos!
       Minha mulher acabava de sair do elevador, a tempo de ver-me beijar a sua “sósia”, que foi quem me deu o tapa, e achou que aquele tapa era só para disfarçar. Começou a gritar, me chamando de infiel, e outras palavras que não convém citar, buscou, num instante as “crianças”, arrumou as malas, fretou um bimotor para levá-la de volta “à casa da mamãe, pois com aquele cretino, nunca mais”, pagando essa viagem com nosso cartão de crédito.
       Fiquei alí ainda por dois dias, tentando me acalmar e esperando que ela se acalmasse,. Depois, levei semanas a convencê-la a voltar para casa, (até prometí “passear com o Emilinho” nos os fins de semana), e ainda vou levar alguns meses para saldar as dívidas.
       A sósia? Ah, meu amigo... Ela ficou com tanta dó de mim, que de vez em quando ainda me telefona...
       (Papai que me perdoe!)

Velho Pescador - Julho/97

Cigarro




FUMAR FEDE,
CUSTA CARO,
DÁ CANCER.
FUMAR É BURRICE!

Dia Internacional Anti-Tabaco

Velho Pescador

Exagerada!

Pois é! Tem um monte de histórias de pescador, e muitos dizem que é mentira, mas eu me calo. Quem sou eu para julgar?  Hoje eu...